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VI VER VI VENDO II

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VI VER VI VENDO II é uma continuação das coisas. Continuação do primeiro Vi Ver Vi Vendo, que foi continuação dos livros de Jeremias, que foram continuação dos Bolas de Gude e de Meia. Enfim, é continuação de tudo que escrevi antes, de tudo que vivi antes, de tudo que vi antes.

 

Que é a vida, afinal, se não uma continuação de tudo que vivemos rumo a infinito?Assim também são as coisas que escrevo - falam do processo interminável de estar vivendo aqui neste planetinha.

 

Escrevi este livro numa tentativa de relatar experiências significativas que tive, refletindo sobre mim mesmo, sobre meus encontros com as pessoas, sobre o que aprendi com elas e com a vida. É fruto do que aprendi tanto na minha vida profissional como pessoal. É um livro que tenta explicitar o mais íntimo do ser humano, visto e aprendido através da minha intimidade comigo mesmo e com as pessoas

 

Meus textos falam - numa descrição não muito lógica nem racional - do processo de se estar vivendo. Escrevi baseando-me em sensações do âmago do meu ser , propiciando com isto uma nova visão das relações humanas, da vida e do processo de estarmos conscientes de nós mesmos e de tudo a nossa volta, que é o que forma a nossa visão da vida do mundo e das coisas.

 

É, ainda, uma tentativa de ver a vida fora da lente das convenções, numa perspectiva única e própria de cada um, buscando ver tudo de um prisma ingênuo, imaculado e puro, sem apegos aos padrões de como devemos ser e viver.

 

 

 

 

WOLBER ALVARENGA, autor de MENSAGENS DE JEREMIAS matéria no Jornal O TEMPO

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Espiritualidade. Mensagens de Jeremias Horta completam 21 anos e ganham nova e sofisticada edição.

 

O homem que se encontrou.

 

Wolber Alvarenga mergulha livremente dentro do seu ser e resgata a genuína sabedoria que transforma em mensagens 



Ele nasceu em Itabira há 72 anos. Como psicoterapeuta, passou anos escutando seus pacientes. Como ser humano, não economizou tempo em se escutar, em se lançar rumo ao desconhecido de si para se descobrir. O resultado dessa imersão profunda e sem censura está nas mensagens delicadas e tocantes de “Bola de Neve – 108 Mensagens” que completa 21 anos e chega à 6ª edição, nas “XXII Mensagens de Jeremias” e “O Caminho do Meio”. Essas três publicações são assinadas por Jeremias Horta, o ser que habita o mais profundo de Wolber Alvarenga. Codinome, nome, pseudônimo, não importa. Criador e criatura se inter-relacionam, dialogam, são cúmplices.

 

 

Wolber lançou ainda “Bola de Meia” e “Bola de Gude”. Acaba de sair do forno “Vi Ver Vi Vendo” (Vereda Editora) e encontra-se em fase de revisão “Vi Ver Vi Vendo 2” que deve sair ainda neste ano como livros de poesias. 
O meu primeiro encontro com Wolber Alvarenga foi há dez anos. Ele era avesso a entrevistas, mas me convidou para uma conversa, em seu consultório. Nosso segundo encontro segue abaixo, mas foi muito difícil cortar a prosa, a mensagem. Com vocês, Wolber Alvarenga e Jeremias Horta, dois nomes, uma só essência.

 

Relacionamentos
As coisas estão mudando rapidamente e a nossa direção tem que ficar mais clara porque senão entramos no redemoinho. Há uma grande inconsciência das pessoas quanto ao sentido da vida, (aliás, isso tem acontecido desde sempre). As pessoas estão perdidas, sem sintonia com o que são, pensam e querem. Há uma desorientação do ser humano que está muito preso (como sempre foi, talvez) ao externo. As pessoas não têm referencial interno e isso é difícil, porque temos que fazer escolha entre vida e morte a cada minuto. E não sabemos direito o que é vida e morte.

 

 

Futuro
Será que vamos conseguir um mundo mais humano? Somos capazes de destruir o mundo em dois minutos, mas eu não sei como vai ser o futuro do meu neto daqui a dez anos. O homem sempre foi muito abandonado. Somos treinados para ver o mundo como observadores, mas não usamos o nosso intelecto para nos compreender e para responder as perguntas básicas existenciais: quem sou, de onde venho e para onde vou. O foco está sempre no externo e são raras as pessoas que entram em contato com o seu eu interior, que têm a sensação de si mesmas. Devemos começar a ouvir nossa voz interior, a compreender o processo experiencial, a maneira como se está vivendo, se sentindo. Isso é consciência do meu ser.

 

Inversão
Fomos encorajados a ter o referencial externo e pouca atenção foi dada ao nosso referencial interno. Focamos nas nossas metas e um minuto depois aparece outra. Precisamos aprender a viver e compreender o processo, mas buscamos compulsivamente por resultados. Guimarães Rosa fala disso de maneira muito bonita: "O real das coisas não está na saída e nem na chegada. Ele se dispõe pra gente no meio da travessia". Onde há velocidade, não há profundidade.

 

Caminho
Precisamos nos aprofundar para termos consistência, direção e integridade para amar, pois, quando nos aprofundamos em nós mesmos, nos fortificamos e podemos amar. A pessoa fraca não ama a vida, não tem cuidado e nem respeita a vida, a si mesmo, ao próximo e à natureza. A postura do homem não prioriza o ser humano, mas as metas, as conquistas, o poder. O ser é muito esquecido. A sociedade nos quer meio mortos, não mortos o suficiente para não produzirmos e nem vivos o suficiente para criarmos, porque na hora em que começarmos a nos ouvir nos tornamos mais criativos e as pessoas perdem o poder e o controle sobre nós.

 

Processo de criação
Através de um contato íntimo e profundo consigo mesmo, você chega à verdades que são às vezes universais e eternas. Quando eu crio, acho que estou entrando em um contato mais íntimo comigo mesmo, estou falando de algo meu e sei que muitas pessoas se reconhecem em minha intimidade. Por fora, somos um padrão convencional, estereotipado, controlado, condicionado, mas, quando entro na minha intimidade, eu me torno muito diferente desse eu que estou acostumado, me torno criativo, sou um eu renovado e nesse novo tem muita coisa de muito velho. Somos muito semelhantes nas aparências e talvez também na nossa intimidade. Se a maioria das pessoas conseguisse ter maior intimidade consigo mesmas, elas veriam o outro como algo semelhante, e não separado.

 

Jeremias Horta
Faço o que talvez as pessoas, de um modo geral, não fazem, que é se ouvir. Eu coloco para fora aquilo que eu ouvi de mim. O que é Jeremias? Estou querendo entender de onde ele vem. Pode ser que eu seja um canal, um médium, uma pessoa mais capaz de entrar em minha intimidade ou quem sabe ela é semelhante a dos espíritos que estão no espaço. Não sei.

 

Mensagens
É como uma poesia, eu não sei o que vai surgir. Não importa de onde ela venha, se é meu, se vem de outros espíritos, o que importa é se ela está sendo útil para um grande número de pessoas. Ela vem de Deus e do amor. A obra de arte não nos pertence. Jeremias Horta pode ser um eremita rosa. Rosa é o sobrenome da minha mulher e eu sou um eremita.

 

Religião
Todas, uma só para mim é pouco. Bebo água de todos os rios. Se você se dispuser a entrar nela com o coração aberto, disponível, se entregando, vai descobrir verdades que são eternas. A religião pode facilitar ou dificultar o encontro do homem com ele mesmo e, portanto, com Deus. Porque, na hora em que chego perto de mim, no mais íntimo do meu ser, chego na essência divina.

 

Deus
É vida. Eu não sabia o que era Deus, se eu souber amar, respeitar a minha vida e de qualquer ser vivo, estou amando a Deus. Nós estamos sendo impedidos de ter um contato íntimo com nós mesmos. Minha intimidade não tem limites, eu posso encontrar até Deus nela.

 

Ação e reação
Se eu te trato como uma pessoa diferente de mim, eu posso te matar, mas se eu consigo ter a visão do todo, sabendo que você faz parte de mim, te matar é matar uma parte do meu corpo, te destruir, te manipular, é manipular uma parte do meu ser, te escravizar é escravizar uma parte do meu ser. O homem começou a ver as coisas "eu cá e o resto lá", ele precisa evoluir na direção de uma integração com o universo. Homem algum é uma ilha.

 

Missão

 

Você acha que eu sou Deus?

 

Reencarnação

 

Não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem. Para mim, ninguém nasce e nem morre. Morte é criação da sociedade. Nascimento é a descrição de um ser na hora em que ele aparece entre nós, e morte é quando ele deixa de viver aparentemente entre nós. Nesse sentido, quem nasce e morre é o ser social, mas eu sou muito mais que meu eu social. Quem sabe eu sou eterno? E, se sou eterno, como ficaria isso? Não sei. O que eu sinto é que o sentido da vida é crescer, é aprimorar, é eu me modificar para melhor como ser humano. Gosto de crescer. Esse é o sentido da minha vida e de muitas pessoas que eu amo e conheço.

 

Morte

 

Seria muita pretensão minha dizer que não tenho medo da morte. Ela é um momento de transição que todos vamos ter que viver. Hoje, aos 72 anos, posso dizer que realizei tudo o que eu queria e podia realizar, cumpri a missão à qual me propus, cresci como ser humano, me desenvolvi espiritualmente. Vejo a morte como um desabrochar, uma continuação natural da vida e chego a ter curiosidade de como seria morrer. De uma coisa eu sei, meu ego não morre. Esse Wolber Alvarenga morre e aparece outro ser que eu já conheço, já estou acostumado a ele, que é o ser não social, muito maior, universal. 

REDAÇÃO NA PRÁTICA Nova forma de trabalhar a escrita na sala de aula

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REDAÇÃO NA PRÁTICA Nova forma de trabalhar a escrita na sala de aula

 

Mais um lançamento da VEREDA EDITORA! Uma bem elaborada ferramenta para alunos se tornarem exitosos no competitivo processo da entrada em uma Universidade.

 

Entrevista com o autor, Paulo Moura.

 

VEREDA: Professor Paulo, conte aos nossos leitores como nasceu a ideia de fazer esse livro.

 

PAULO: O livro nasceu de uma solicitação da Vereda Editora para a produção de um material de redação diferente dos que estão no mercado, um material que pudesse promover uma escrita mais efetiva por parte dos alunos. Aí pensei: por onde começar? Dei voltas e voltas e cheguei ao lugar onde todos os alunos vão chegar ao fim do Ensino Médio: as propostas de redação das universidades.

 


VEREDA: Como sua experiência profissional o ajudou a escrevê-lo?

 

PAULO: Trabalhar há trinta anos com alunos de Ensino Fundamental e Ensino Médio - como professor, coordenador, autor, gestor - me possibilitou formar muitos saberes sobre o ato de escrever. Aprendi que mais importante que apresentar uma excelente proposta de redação é criar condições para que os alunos possam escrever sobre o que dominam, de forma que possam escrever melhor e ganhar confiança em sua expressão. Mais importante que corrigir redação e encher os textos de observações em vermelho é olhar mais para o produtor do texto, buscando situações que favoreçam que ele melhore como pessoa, como escritor. Se se melhora o autor, consequentemente se melhora o texto, em sentido geral. Essa foi uma das minhas maiores aprendizagens acerca do ato de escrever e que procuro levar para todas minhas experiências de vida. Sempre quando escrevo uma proposta de livro (didático ou não) procuro não me esquecer disso. Na produção deste livro, busco resgatar essa sabedoria considerando o contexto de pressão para se entrar em uma boa universidade. Parto desse contexto, mas não me limito a simplesmente reproduzi-lo.

 


VEREDA: Atualmente, fala-se muito do desenvolvimento de competências e habilidades essenciais para a vida cidadã. Como o livro aborda essa necessidade?

 

PAULO: Todos falam muito a respeito disso, mas os resultados de um efetivo desenvolvimento de habilidades e competências não estão presentes em muitas escolas. Defendo que, como educadores, não deveríamos criar propostas excessivamente complexas e sofisticadas para o desenvolvimento de uma competência tão significativa para as pessoas em sua vida pessoal e profissional: a escrita. Para conseguir bons resultados nessa dimensão, há que se compreender que o grande trabalho de produção está nas mãos dos produtores dos textos e não nas de quem conduz o processo de ensino. A função do educador é facilitar e não julgar o resultado, como um juiz que pronuncia uma sentença. Confesso que, hoje, já não tenho mais a pretensão de querer ensinar algo a alguém da forma como já fiz e acreditei um dia. Competências e habilidades se desenvolvem naturalmente em ambientes de desafios, de problematização, de convívio. As propostas organizadas no livro REDAÇÃO NA PRÁTICA consideram esse aspecto.

 

 

VEREDA: Por que um livro apenas para alunos do 3a ano do Ensino Médio?

 

PAULO: Ao pensar nesse projeto, construí um mapa conceitual para todo o Ensino Médio, mas como os alunos do 3º ano tem mais urgência que os dos anos anteriores, esse foi prioridade na produção.

 

VEREDA: Fale-nos um pouco mais sobre a proposta do livro.

 

PAULO: Bem, considero-a como uma proposta simples, objetiva, direta. A ideia é que a experiência de escrita seja uma oportunidade de aprender algo novo, de experimentar o êxito de escrever de forma adequada e prazerosa. São bons temas, mais atemporais, para possibilitar ao professor boa exploração de cada proposta junto aos seus alunos. Esses temas podem facilmente se desdobrar em outros de grande valor.

 

 

VEREDA: Aponte a maior qualidade deste livro.

 

PAULO: Eu diria que é o cuidado com a adequação à realidade que os alunos irão enfrentar. Quando se parte dessa perspectiva, a proposta fica focada porque há um objetivo claro. Não há necessidade da teoria explícita, porque essa base já foi construída nos anos anteriores. Propomos a prática real, não simulada. Por isso, exploramos propostas reais de redação de várias universidades de todo o Brasil.

 

Partindo dessas propostas reais, exploramos as etapas pouco a pouco, para que os alunos compreendam bem o que se pede. Minha experiência em sala me mostrou que muitos alunos fracassam não porque estejam despreparados teoricamente, mas porque não compreendem bem o que se pede e não dão conta de chegar bem até o final da proposta. Ou porque são propostas muito extensas, com muitos textos para serem considerados, ou porque os textos são difíceis e muitas vezes estão em um nível superior à compreensão da maioria dos alunos.

 

 

VEREDA: Afinal, o que o seu livro traz como novidade?

 

PAULO: O livro traz uma novidade que é explorar o conteúdo por seções que traduzem bem o que se espera, atualmente, de um processo de aprendizagem para a escrita. Foram considerados o conhecimento prévio, o compartilhamento de conhecimento, a aprendizagem com o outro, a convivência, a pesquisa, a preparação para escrever. Estou convicto de que um ponto de partida para escrever bem é estar cheio de ideias, como um copo que transborda naturalmente, quando se enche. O que as atividades propõem são instrumentos para ordenar, com propósito e sentido adequado, esse transbordamento.

 

Para o desenvolvimento da proposta, nós nos baseamos nos Pilares de uma educação para o século XXI (aprender a fazer, a conhecer, a conviver e a ser), explicitadas pela UNESCO. Estou seguro de que essas são bases de uma educação de hoje e de sempre. Busca-se valorizar o que os alunos sabem e, a partir daí, dar a eles condições de ampliarem sua experiência, disponibilizando-lhes conteúdos, informações, para que, sobre essa base, possam construir seus argumentos, posicionarem-se e produzir com segurança.

 

 

VEREDA: Qual é o ponto central da metodologia utilizada?

 

PAULO: Considerando que é muito difícil - não só para um aluno, mas para qualquer pessoa - posicionar-se em relação a um assunto sobre o qual nada se sabe ou se sabe muito pouco, centramos nossa orientação no esclarecimento dos caminhos para se chegar a um bom texto. Pretendemos clarear as propostas de redação de importantes instituições de ensino superior, porque muitas delas, ainda que bem construídas, possuem uma lógica adulta, às vezes difícil para alunos adolescentes com visão ainda limitada da realidade.

 

 

VEREDA: Nesse processo de preparação, o que é mais importante proporcionar aos alunos?

 

PAULO: Praticar, compreender, divertir-se, experimentar pequenos sucessos... É muito importante que estejam seguro do que vão fazer para fazer bem, com consciência.

 

Minha experiência de sala de aula em todas as séries da Educação Básica me mostrou que escrever é algo que vem com propósito, não é possível produzir bem só pela obrigação de fazer. É importante misturar prazer, motivação, obrigação, porque assim é a vida. Devemos equilibrar bem essa equação. Quero que os alunos passem por essa experiência e que tirem bastante proveito dela. Espero e desejo que os alunos tenham êxito em seus exames e que alcancem isso com aprendizagem e prazer. E que levem isso para sua vida, no seu sentido mais amplo. Não se trata de um treinamento de questões de vestibular. A proposta ultrapassa isso. Espero, ainda, que os alunos entrem em boas universidades, que sejam felizes e que continuem a escrever como algo natural em suas vidas, sem traumas. Que eles sejam melhores escritores e melhores pessoas ao final de todo o processo.

 

SOBRE O AUTOR:
Paulo Moura é graduado em Letras e mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Também possui pós-graduação em Comunicação e Marketing, em Gestão Estratégica em Instituições de Ensino, Projetos Editoriais e Multimídia e Terapia Transpessoal.

 

 

Começou sua carreira alfabetizando crianças na Educação Infantil e Ensino Fundamental ( anos iniciais) e depois passou a dar aulas de Língua Portuguesa, Oficina de Escrita, Redação e Literatura Brasileira nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Ministrou aulas em todas as séries de todos os segmentos da Educação Básica e também em cursos de pós-graduação em Educação, Gestão Escolar e Projetos Editoriais.

 

 

Tem ampla experiência em gestão pedagógica, administração escolar, gestão de projetos educativos e de formação de professores, direção editorial impressa e multimídia e gerencia de projetos de inovação educativa no Brasil e em outros países da América Latina.

 

 

É autor de livros de Literatura Brasileira para o Ensino Médio, autor e organizador de livros para coordenadores pedagógicos, cartilhas de empreendedorismo para alunos de Educação Básica e colaborador em várias obras didáticas.

 

SAMUEL ROSA em entrevista exclusiva para VEREDA EDITORA

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Em entrevista exclusiva, SAMUEL ROSA fala sobre sua trajetória, suas escolhas, sua família e toda a influência  recebida do seu pai, WOLBER ALVARENGA, autor de livros publicados pela Vereda Editora.  

 

 VEREDA:  Samuel,  o  seu pai,  Wolber Alvarenga, é um psicólogo  de renome e,  no campo das artes, um escritor. Você como ele, se formou e iniciou sua carreira profissional como psicólogo.  No entanto, você se tornou um artista. Fale-nos dessas influências e da escolha final pela arte. Qual o papel do Wolber nessa trajetória?

 

SAMUEL: Embora essa seja uma questão inusitada em se tratando de entrevistas que já concedi, posso afirmar que é de abordagem muito tranquila para mim. Como foi relativamente tranquilo o processo da minha trajetória de se tornar um artista.

 A música foi a minha primeira escolha e, desde muito cedo, estava claro que era isso que eu queria – não sei se como profissão –, mas sabia que era disso que eu gostava. E vivia feliz no mundo do Colégio, com a música me destacando e me realizando. Até que chega a hora inevitável da tal escolha profissional, quase como um rito de passagem para a vida adulta. Eu, como todos os garotos, tive que definir qual vestibular prestar, qual seria a minha profissão. Aí, sim, escolhi a profissão do meu pai. Psicólogo. Mas a música estava lá firme na minha rotina, não a abandonei. E digo mais: as aulas do curso de Psicologia, com seus temas complexos e profundos, me jogaram num universo novo, abriram janelas de conhecimento e de olhares que fundamentaram muito o artista que, paralelamente, vinha se consolidando. O artista que por momentos se via na encruzilhada de definir em que caminho profissional deveria apostar mais fichas.  A questão fatal me rondava: será possível viver de arte?  E, nesse momento, o apoio (ou empurrão) do meu pai fez a diferença. “Saiba que você jamais se perdoará se, mais tarde, olhar para trás e constatar que as suas possibilidades com a música não foram tentadas ao limite. Você só saberá a resposta se for lá conferir.” E cá estou.

 

Leia resenha do livro ¨QUERIDOS PAIS,¨ por Mônica Ferreira

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O livro "Queridos pais," se realiza por meio de um convite ao qual não se consegue recusar porque parte de uma voz autorizada para fazê-lo: a do Pedro Borges. Professor brilhante, o nosso amigo Pedro trabalhou por incontáveis anos nos colégios do Pitágoras pelo Brasil e pelo mundo e, entre vários papéis, também, exerceu, por muito tempo, a função de Diretor Regional da Rede Pitágoras.

 

Com o Pedro, todos já aprendemos muito, mas, agora, com esse livro, ele consegue a difícil façanha de se superar. Ele nos ensina o que já devíamos ter aprendido há muito: os filhos cumprem o caminho que os pais traçam "com eles" e não "por eles". Sabemos que esse caminho não pode ser riscado com ferro e fogo, mas deve ser carinhosamente delineado pelas escolhas que são feitas das palavras e ou dos silêncios. A ideia defendida por ele de que "é preciso educar-se para educar" traz implícita em si a humildade de reconhecer que não se pode considerar que alguém, pelo simples fato de, biologicamente, ser pai ou mãe já esteja credenciado para a tarefa de educar. E nos dias atuais, com o fenômeno dos filhos cangurus — os que permanecem para além dos trinta anos com total dependência dos seus pais — é comum que os pais deleguem a seus pais, que são os avós, a tarefa de educar os seus filhos, comprovando que não foram preparados e, também, não se prepararam para ser pais. Esse movimento vem gerando um círculo em que gerações inteiras estão delegando a sua responsabilidade de educar. Assim, em seu livro, Pedro Borges não procura lutar contra uma realidade que se impõe; reconhece que, para educar, os pais, mais hoje do que sempre, já não se bastam e que, para fazer isso, precisam estabelecer parcerias. E a principal delas, na sua convicção, é a relação de complementaridade da família, em todas as suas novas configurações, com a escola, com o cuidado de não cair no desequilíbrio de querer substituir uma instituição pela outra.

 

 

Há momentos no livro em que se reconhece que a voz que fala é a do pai; em outros, fica mais evidente o eco de uma experiência como educador. Em outros, a fala é a do pai mais amadurecido em sua versão de avô. Mas o que poderia ser uma confusão de vozes é, acima de tudo, uma rica polifonia que por diversos ângulos analisa a relação pais e filhos por meio de espelhos e projeções, ora com lente de aumento, ora com distanciamento, mas sempre com uma sabedoria desconcertante. Um exemplo? Quando se ouve que "nenhum sucesso profissional compensa nosso fracasso como pais e que, no começo da vida, lamenta-se a falta de tempo; mas que, no final, costuma-se lamentar a ausência do que fazer" vindo de alguém que nos chama de "querido", fica difícil esconder-se atrás de uma costumeira desculpa. Ou " que se pode jogar fora uma teoria ou um modelo educacional, mas não é possível jogar fora crianças ou jovens, porque não falam a linguagem da escola"; a reação diante destas afirmativas é parar, escutar e refletir. É essa a chave do livro "Queridos amigos": um chamado à reflexão, tendo como pano de fundo a generosidade de um amigo que resolveu compartilhar com suas várias centenas de milhares de mais outros amigos as suas aprendizagens, opiniões e observações.

 

 

Também os amigos da Rede Pitágoras se sentam nesta roda, orgulhosos de serem incluídos nesta conversa tão amorosamente construída como se fosse um presente "de pai para filho". E no desenrolar do diálogo, uma descoberta é a de que se nossos filhos estão prontos, nós temos a obrigação de empurrá-los, para que eles voem, mas que o descuido não pode deixar que a decisão de empurrá-los, tão importante para a vida deles, aconteça antes da hora ou que a hora passe do ponto. Com este livro, Pedro Borges nos ajuda a identificar se um momento é oportuno.

 

 

Mônica Aparecida Ferreira

 

 

Diretora Geral da Rede Pitágoras

 

 

Entrevista com Pedro Faria Borges, autor do livro

22 Junho, 2011

Vereda: Millôr Fernandes diz que “pais e filhos não foram feitos para serem amigos. Foram feitos para serem pais e filhos.” Seu livro contempla essa questão?

 

Pedro: Como disse, meu objetivo principal, neste livro, não é tratar da relação entre pais e filhos. Bons autores já fizeram isso e, no momento, eu não teria muito a acrescentar.

 

 

Vereda: Você é pai, avô, professor. Que diferenças há entre esses papéis?

 

Pedro: As diferenças são de grau e não de natureza. Pais, avós e professores geralmente têm uma relação afetiva com as crianças e os jovens, mas há diferenças quanto ao grau de envolvimento emocional. Minha experiência me mostra que, como pai, o envolvimento é tão grande que, às vezes, nos impede de ver o óbvio. Há um bordão, parece-me que criado por Jô Soares, que diz: “Tem pai que é cego”. É muito difícil, mas não impossível, para os pais ver os filhos como eles realmente são: seres humanos com qualidades e defeitos. Os avós, se souberam aproveitar a passagem dos anos para amadurecer, sabiamente estarão menos envolvidos emocionalmente, o que lhes permitirá enxergar, com mais isenção, potencialidades, limites, necessidades dos netos. Isso não acontece com frequência, porque, em muitas famílias, por uma série de circunstâncias, os avós acabam sendo os pais de seus netos, e essa situação interfere nas relações. Os professores estão na outra ponta: menos envolvimento emocional e, provavelmente, maior lucidez para exercer o papel de educador. Essa lucidez é tão importante para a educação que alguns pensadores acreditam que a família não é a melhor instituição para educar as novas gerações. Segundo alguns, a família só faz repetir os erros de seus antepassados. Isso se comprova com relativa facilidade. Se não quisermos olhar para a nossa família, basta observar as que estão ao nosso redor. Na maioria dos casos, as falhas que percebemos na educação das crianças vêm de muitas gerações. Penso que uma criança não é educada apenas por esta ou aquela instituição. Se há um verdadeiro compromisso com o desenvolvimento da outra pessoa, pais, avós, professores podem aprender uns com os outros. Uma aprendizagem importante é a de saber equilibrar amor e exigência, em cada fase da vida dos filhos, netos e alunos. Depois que me tornei pai, fui melhor professor. Agora, que sou avô, tenho tido maior lucidez em perceber quais de meus sentimentos e de minhas ações contribuem mais para a educação de meus netos. Estou pensando agora que, talvez, o avô seja a síntese do pai e do professor.

 

 

Vereda: A escola é, na atualidade, a principal parceira dos pais na educação dos filhos. Como deve ser a relação entre essas instituições?

 

Pedro: Creio que não vou dizer nada de novo: a relação deve ser de parceria. Família e escola são as principais responsáveis pela educação das novas gerações. Vivemos situações tão inusitadas que, se não houver uma relação de apoio, respeito e confiança entre essas instituições, o prejuízo para as crianças e os jovens será muito grande. A relação entre família e escola me parece tão importante que um dos capítulos do livro trata especificamente dela. Pais e educadores necessariamente deverão estar mais próximos, se quisermos ter educação de qualidade. Fico feliz, porque a sociedade já percebeu isso, e muitos têm procurado estabelecer entre família e escola uma relação de complementaridade, sem tentar substituir uma instituição pela outra.


 

Vereda: O que mães, pais e educadores podem esperar de seu livro?

 

 Pedro: Podem esperar um livro sem cobranças, sem prescrições, sem receitas. São cinco capítulos como se fossem cinco longas conversas entre pessoas que, para serem mais efetivas, buscam compreender melhor o processo educacional. É um livro que tem como foco os pais, mas que também pode ser lido, com proveito, por professores,equipe pedagógica e diretores de escola. Numa linguagem coloquial, apresento informações e sugestões que, tenho certeza, serão úteis para aproximar família e escola, instituições de quem asociedade tanto espera.

 

 

Vereda: Algo mais a dizer aos leitores, amigos da Vereda?

 

Pedro: Sim, aguardem. Em agosto o livro o estará nas livrarias e no site da Vereda.

 

 

 

 

Sobre o autor:

 

Pedro Faria Borges Graduado em Letras e em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Pós-graduado em Gestão da Qualidade pela Fundação Getúlio Vargas – FGV. Como professor de Português (língua e literatura), trabalhou vários anos no Ensino Fundamental e no Ensino Médio. É autor de livro didático de Português para alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental. Na administração escolar, ocupou vários cargos, tendo exercido as funções de coordenador, vice-diretor, diretor pedagógico e diretor administrativo de várias escolas, em diferentes Estados do Brasil. Como consultor educacional, visitou escolas e deu assistência a inúmeras instituições educacionais no Brasil e no exterior, o que lhe proporcionou um grande conhecimento sobre a realidade educacional de nossos dias. Proferiu palestras e ministrou cursos em todas as regiões do país. Esteve na Colômbia (1993), onde ministrou curso sobre Qualidade em Educação para educadores de várias escolas de Bogotá. Em Angola (1991) e na China (1997), proferiu palestra para educadores e pais de alunos de escola brasileira naqueles países, além de assessorar o trabalho dos diretores dessas escolas. Em 2010, esteve em Bogotá e em Caracas ministrando curso para lideranças de escolas particulares. Participou, como palestrante, de inúmeros congressos de educadores e de pais.

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